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(Review) Guardiões da Galáxia: os anti-heróis mais carismáticos da Marvel

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Marvel brinda o espectador com uma cativante e bem-sucedida adaptação da famosa história dos anti-heróis das HQs, os guardiões da galáxia. Uma mescla de comédia e ação em um roteiro com referência a cultura audiovisual dos anos de 1970 e 1980, bem estruturado, sem pontas soltas e permeado por acentos melodramáticos.

O melodrama está inerente a Hollywood e a sua constituição cinematográfica, e no caso de Guardiões da Galáxia parece ter sido a estratégia mais adequada, afinal como justificar o heroísmo de um grupo de ladrões, caçadores de recompensa e até assassinos de modo tão rápido e ao mesmo tempo ‘natural’?

Com uma narrativa ‘aparentemente’ simples o roteiro investe no encontro casual entre estes personagens nada heroicos que por conta das circunstâncias descobrem que tem muito em comum e agora tem nas mãos o destino da galáxia.

Apesar dos acentos melodramáticos, trata-se de uma aventura repleta de ação e comédia, fórmula que funciona muito bem e causa empatia junto ao público, especialmente na história em torno de Peter Quill, protagonista vivido por Chris Pratt.

Para dar maior veracidade ao live-action foi trazido direto dos ringues de luta-livre o peso-pesado Dave Bautista, uma corporificação fiel da figura de Drax dos quadrinhos, um personagem também com passado trágico.

Gamora (Zoe Saldana), Peter Quill (Chris Pratt) Rocket, Drax (Dave Bautista) e Groot – Imagem/Marvel Studios – Imagem/Marvel

Fica difícil falar de fidelidade aos HQs sem mencionar o ‘guaxinim’ de forte personalidade Rocket ou a gigantesca, mas dócil árvore Groot, graficamente são impecáveis e possuem uma naturalidade raramente vista mesmo em grandes produções.

É perceptível o uso da tecnologia perfomance animation que consiste na captura da expressão dos atores a serem incorporadas aos personagens. Apesar de não ser novidade, o bom uso é bastante perceptível nos contornos da face do Groot de Vin Diesel e na figura de Rocket vivida pelo ator Bradley Cooper, é impossível não enxergar traços e movimentos faciais característicos dos astros nos personagens

Imagem/Marvel

Além dos cuidados técnicos, vale destacar a referência no roteiro a décadas passadas, em que são lembrados sucessos cinematográficos como Star Wars (1977) e Footloose (1984); além de uma trilha musical repleta de sucessos pop como Hooked on a Feeling (1974), I’m not in Love (1975) e a inesquecível Ain’t no Mountain High Enough, interpretada por Marvin Gaye e Tammi Terrel (1967).

Justamente uma linha roteirística possível graças ao walkman de Peter Quill, objeto de memória afetiva utilizado de maneira criativa, tanto como gancho para o drama vivido por ele, quanto para as diversas situações de comédia.

Com piadas por vezes inocentes e outras mais picantes, o longa também investe nos habituais artifícios do gênero, com takes de Chris Pratt sem camisa ou em closes das curvas de Zoe Saldana, porém nada além do convencionalmente aceito.

Mas enquanto o foco recai sobre os anti-heróis agora na função de salvar o universo, o vilão Ronan do ator Lee Pace parece ser pouco explorado. Todavia, nada que comprometa a trama ou impeça o desenvolvimento de uma futura inimiga do grupo, a guerreira Nebula defendida com competência pela atriz Karen Gillan.

Imagem/Marvel

Um longa constituído de maneira inteligente, tanto para conquistar os fãs dos quadrinhos com mais de 30 anos, assim como os jovens que se identificam com a irreverência irresponsável de Peter, ou mesmo as adolescentes que enxergam na guerreira Gamona de Zoe Saldana uma possibilidade para além da mocinha.

Guardiões da Galáxia proporciona uma deliciosa aventura com esses heróis de cores reais e cheios de personalidade, tudo aliado a efeitos visuais corretos e criativos, mas especialmente a um roteiro bem desenvolvido.

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