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Lincoln: lado obscuro da política retratado em trama de primor técnico e atuações impecáveis

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Opaco com uma fotografia trabalhada no contra luz e atuações contidas, mas consistentes, Spielberg recria com primor técnico um período sombrio e conturbado da história americana. No entanto, o pouco conhecimento sobre este momento dos Estados Unidos, pode dificultar a compreensão de alguns diálogos, o que não compromete a trama.

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Imagem/Fox Filmes

Durante o 2º mandado do presidente Lincoln, os Estados Unidos vivem em meio a uma batalha entre os 11 estados confederados do país, divididos entre o sul latifundiário escravocrata e o norte industrializado. O presidente terá que tomar decisões difíceis e até controvérsias para conseguir a aprovação da 13ª emenda que proíbe a escravidão no país e encerrar a guerra.

Apesar da temática ser o ponto forte, o primor técnico é algo impressionante. Cada cena é cuidada com requinte extremo, desde a iluminação, posicionamento de câmera, passando por direção de elenco até uma pós-produção, com um tratamento de imagem irretocável. Destaque para o tom realista e contido da obra, principalmente, no uso econômico da trilha sonora e nas interpretações do elenco.                            
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Imagem/Fox Filmes
Peças fundamentais, Daniel Day-Lewis como Lincoln e Sally Field como a primeira dama, fazem um contraponto interessante. Enquanto o personagem dele cresce pela sobriedade e trabalha com o olhar, aliás, muito bem evidenciado pelos closes; o dela ascende por uma força e amargura atroz.

Lincoln de Steven Spielberg deve ser apreciado pela maneira como explora o lado obscuro da política e aponta para as decisões e escolhas sacrificadas de um homem poderoso que lutou em prol da liberdade de todos. Atitude que resultou em muitas mortes, inclusive a dele. 

Mas sem sombra de dúvidas, foi um dos presidentes mais importantes da história norte-americana, o primeiro passo para uma mudança na consciência mundial. 

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