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A Família Bélier: cômico sem perder a dramaticidade

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No que parece um dos melhores desempenhos do diretor Eric Lartigau, A Família Bélier (La Familie Bérliér) retrata com leveza e humor a história de uma família surda-muda que tem na filha uma verdadeira promessa da música. Mérito também dos roteiristas e elenco condizentes com a proposta cômica, mas também atentos ao drama da situação pontuada pelos acentos melodramáticos.

Paula(Louane Emera), Quentin (Luca Gelberg), Gigi (Karin Viard), Rodolph (François Damiens) – Imagem/Paris Filmes

Participante do The Voice France, Louane Emera faz a sua primeira incursão no cinema como Paula Bélier. Na trama, a jovem descobrirá o seu talento musical e terá a possibilidade de estudar canto em Paris e trilhar uma carreira profissional, mas ela precisará lidar com as dificuldades na aceitação dos pais.

A narrativa investe na comédia de situações, intensificada pela condição dos pais mas em meio a isso é demonstrada a dificuldade enfrentada por uma adolescente diante das dificuldades da vida escolar, da descoberta do primeiro amor e ainda com a responsabilidade de servir como elo de comunicação entre a família e a sociedade.

Ao lado de Gabriel (Ilian Bergala) – Imagem/Paris Filmes

Seria apenas uma história típica, não fosse a condição da família e a personalidade contida, mas forte da protagonista. Deste modo, argumento e roteiro têm grandes méritos nesta produção pois conseguem mesclar comédia e dramaticidade de forma coerente, mas os atores também tem seu crédito e atentos a tais nuances promovem ótimas cenas.

Mas outro destaque é a direção de Eric Lartigau, especialmente quando ele busca exprimir a perspectiva de pessoas surdas-mudas e trabalha com a falta de som em um dos momentos de grande performance vocal, ressaltando assim a dificuldade da família na compreensão deste universo da filha, protelando a performance para o real momento de clímax.

Com uma trilha musical composta pelo pop dançante de That’s not my name porém marcada por canções tocantes como Je vais t’aimerJe vole de Michel Sardou, o filme investe nos acentos melodramáticos para pontuar o drama da família, algo que assume total intensidade no desfecho. Prepare-se para muitas gargalhadas e momentos comoventes. Vale a pena assistir nos cinemas.

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