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‘O Protetor 2’ é marcado pela ação, mas sem o diferencial do primeiro título

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Sob a direção de Antoine Fuqua, a sequência do bem-sucedido O Protetor (2014) mantém sintonia com a linguagem adotada no primeiro título e continua a investir nas cenas de luta corporal. Todavia, neste novo filme, o roteiro resvala em obviedades e a narrativa não captura a atenção com o mesmo vigor. Mas, a despeito disso, Denzel Whashington cumpre bem o papel e sustenta a proposta.

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Imagem/Sony Pictures

Na trama,  Robert McCall agora é um motorista de aplicativo e como já é peculiar ao personagem, ele é sensível às histórias de vida das pessoas ao redor e sempre está disposto a prestar ajuda e até mesmo a fazer justiça com as próprias mãos. Em meio a isso, ele é surpreendido pelo assassinato de uma grande amiga, o que despertará nele uma busca incessante por estes criminosos.

Logo nos primeiros minutos da projeção, a natureza altruísta e a destreza do ex-agente da CIA são evidenciados, assim como a força de combate e o perfil estrategista. Neste sentido, o longa mantém a linguagem característica do título anterior, com o extreme close-up no olhar do protagonista e o cálculo milimétrico do tempo necessário para o abate dos inimigos.

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Denzel Washington e Melissa Leo em cena – Imagem Sony Pictures
Mesmo diretor e roteirista, porém resultados diferentes

No título de 2014 havia um refinamento maior, inclusive, com situações menos óbvias, algumas cenas até corriam o risco de cair no lugar comum,  mas acabavam sendo bem direcionadas. Havia um investimento engenhoso na forma, algo explícito no embate final marcado por uma estética cheia de significado e beleza, com a fotografia de Mauro Fiori que agora cede o cargo a Oliver Wood.

Roteirista do primeiro filme, Richard Wenk parece ter desenvolvido dessa vez uma obra de mais fácil absorção, com uma narrativa previsível. Tudo parece ter recebido uma tinta forte, há uma maior necessidade da obviedade e até mesmo o caráter protetor do protagonista é reiterado de forma acentuada em histórias que necessariamente não se conectam ao conflito principal da narrativa.

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O jovem ator Ashton Sander tem papel de destaque – Imagem/Sony Pictures

Se no primeiro título, também dirigido por Antoine Fuqua, os ‘respiros’ entre os momentos de grande impacto geravam expectativas ou proporcionavam uma leve descontração, nesta nova empreitada, tais ‘pausas’ não detêm a mesma eficácia e soam extensas.

No mais, ‘O Protetor 2’ exibe fortes cenas de ação, Denzel Washington dá conta do recado e convence na pele do herói. Apesar da previsibilidade da trama, não ficam pontas soltas e algumas questões atuais são incorporadas aos diálogos, trazendo maior veracidade. Mas enquanto a obra anterior detém uma sofisticação cinematográfica, este novo trabalho alcança um resultado trivial.

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