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Na Cidade Branca retrata vazio existencial e conflitos amorosos

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Roteirizado e dirigido por Alain Tanner, ‘Na Cidade Branca’ retrata o vazio existencial vivido pelo personagem central, este dividido entre dois amores. Lançada em 1983, a obra exibe uma forma diferenciada e, por meio da metalinguagem, lança um olhar suíço sobre Portugal. Isto a partir da visão de um protagonista que registra a viagem com uma câmera Super 8.

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O ator Bruno Ganz interpreta Paul, personagem principal do filme – Imagem/Petras Belas Artes à la Carte

Engenheiro de um navio cargueiro, Paul desembarca na cidade de Lisboa, em Portugal. Nascido e criado na Suíça, ele mantém contato com a amada Elisa por meio de cartas e registros audiovisuais. Porém, ao se hospedar em uma pensão, ele conhece Rosa e por ela se apaixona. Em meio a isso, ele se depara com uma série de questionamentos sobre a vida.

Super 8 em mãos e um olhar atento

Com uma câmera Super 8, o protagonista registra a geografia de Lisboa e este conteúdo é trazido para o espectador. Uma destas maneiras se dá com a visualização de tal material pela então companheira do protagonista, esta residente na Suíça.

Nesta obra, Alain Tanner traz para a tela um homem em meio a uma crise existencial. Algo que o cineasta já havia feito em O Último a Rir, de 1969. Porém, o personagem do título antecessor detém características distintas. Por conseguinte, o tom ácido do filme anterior agora dá espaço a uma proposta mais romântica, evidenciada por cenas eróticas.

Quanto à forma, o diretor implementa uma estética de cunho mais experimental. Assim sendo, ele adota planos e enquadramentos com o objetivo de capturar de forma mais ampla a geografia da cidade. Além disso, também opta pelas inserções a partir do conteúdo capturado pela câmera Super 8, o que funciona como ponto de vista do protagonista.

Já o roteiro exibe diálogos marcados por frases de impacto, tais como: “A memória e o esquecimento têm a mesma origem”. Por conseguinte, o cineasta, faz uma alusão criativa entre a dificuldade deste homem se encontrar no mundo e a dúvida entre um amor antigo ou o frescor de uma nova paixão.

Porém, a narrativa em si não se desenvolve de um modo tão instigante para o espectador em geral, especialmente, se este busca por uma trama romântica mais contemporânea. Mas trata-se de um filme de diretor e, deste modo, Alain Tanner exibe uma experiência cinematográfica com assinatura própria.

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