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Espacate: trama envolvente com ritmo peculiar

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Dirigido por Christian Joannes Koch, ‘Espacate’ exibe uma história envolvente sobre infidelidade conjugal e as consequências disso no contexto familiar. Para além disso, o longa lança um olhar sobre a condição do imigrante clandestino. Quanto à forma, adota um ritmo afável para a maior reflexão diante das situações chaves da narrativa.

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A atriz Rachel Braunschweig interpreta Marina – Imagem/Petras Belas Artes à la Carte

Ambientada na Suíça, a trama exibe as consequências do relacionamento extraconjugal vivido entre Marina e Artem. Pai da Jovem Ulyana, ele é um imigrante ilegal oriundo da Ucrânia que trabalha como operário em uma fábrica. Em contrapartida, Marina possui estabilidade como professora e leva uma vida confortável ao lado do marido Jörg e da filha Selma. Porém, o cotidiano dessas famílias sofrerá um grande impacto a partir de um furto que envolve Ulyana.

Forma em foco

A obra retrata a nítida desigualdade social entre esses núcleos familiares. Porém, sem abrir mão de um olhar sensível focado no sentimento dos personagens afetados por esse romance. Como uma engenhosa avalanche, arquitetada pelos roteiristas Christian Joannes Koch e Josa Sesink, a situação caminha até um ponto crítico, no qual a protagonista precisará tomar decisões difíceis.

Livre de maniqueísmos, as figuras adultas tendem a ser mais tolerantes e civilizadas, algo concernente ao grau de instrução e também ao que parece ser um traço mais contido da cultura do país. Mas ainda assim, a dor os consome, os impulsiona e os leva a tomadas de decisões dolorosas e, por vezes, egoístas.

A forma como o diretor conduz a narrativa segue um ritmo peculiar. Do seguinte modo, no momento em que ocorre uma ação importante ou uma revelação se dá, posterior a isso, há um jogo de cena ou um movimento mais lento com um enquadramento de câmera mais contemplativo. Consequentemente, isto concede um maior tempo de reflexão a quem assiste ao longa-metragem.

‘Espacate’ tende a ser democrático e abarca o ponto de vista de cada um dos personagens ambientados na Suíça. Mas, assim como na vida, a trama nos lembra que nem sempre a democracia prevalece. No fim das contas, a corda costuma arrebentar do lado mais fraco. Sem ser panfletário, o filme convida o espectador a conhecer e também a refletir sobre tal história. Recomendo!

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